A imagem natural que define a Toscana é a elegante fileira de árvores pontiagudas lado a lado dando as boas-vindas a quem chega a uma casa, uma vinícola, um castelo. São os ciprestes, presentes em vales e colinas. Sair de Florença para conhecer o belo interior toscano significa passar por eles e, muitas vezes, parar e fotografar… Deixe-se inspirar por uma incrível road trip no blog da PRIMETOUR – a agência de viagens que te leva aos mais exclusivos destinos desde 1988.
A Via Chiantigiana é a rota para conhecer algumas das cidades mais representativas do que é a Toscana. De Florença a Siena são 75 quilômetros pela SR 222, regional, evitando a autoestrada que impede ver com calma as paisagens e os inúmeros vinhedos do Chianti e do Chianti Classico. No caminho, pequenas cidades como Greve in Chianti, Panzano in Chianti, Castellina in Chianti, Radda in Chianti e outras alcançadas por estradinhas que saem da SR 222, levando, por exemplo, ao Castello di Ama, em Gaiole in Chianti, com tour de uma hora e meia pelas instalações e degustação de vinhos, como o fora de série Vigneto Bellavista Gran Selezione. À beira da estrada em Castellina, vale almoçar no restaurante do Castello di Fonterutoli, da vinícola Mazzei (século 15).
Outra sugestão de roteiro antes de percorrer a Via Chiantigiana é sair de Florença pela Via Cassia/SS2 para visitar a espetacular cantina Antinori, em Bargino. Com projeto impactante, recebe para degustações, tour e almoço no rooftop com seus famosos vinhos, cuja produção começou em 1385. É preciso reserva. De lá, pouco mais de 20 minutos separam a cantina de Greve in Chianti, retomando o percurso pela Via Chiantigiana até Siena. Detalhe para quem deseja degustar vinhos nas paradas ao longo do dia: ao dirigir para conhecer o intrincado interior toscano, é bom saber que a legislação italiana para a tolerância ao dirigir com álcool prevê o limite de 0,5 gramas por litro de sangue; isso equivale, teoricamente, a cerca de duas taças no máximo. Para curtir plenamente as degustações no caminho, considere contratar um carro com motorista.
Chegando a Siena, algumas horas são necessárias para descobrir essa fascinante cidade medieval com suas ruelas, becos secretos, pracinhas e muralhas. Começando pela Piazza del Campo – praça central onde se realiza o célebre Palio, corrida anual em julho e agosto com cavalos montados sem sela –, admira-se o Palazzo Pubblico e a sua Torre del Mangia, com 102 metros. A poucos minutos a pé dali a catedral na Piazza del Duomo impressiona com sua arquitetura românica-gótica revestida com faixas de mármore branco e verde e vários tesouros de arte no interior.
O nome da próxima cidade a visitar rumo ao sul evoca um grande vinho toscano: Montalcino. No alto de uma colina e cercada pelos vinhedos do Brunello, ela se agiganta com sua fortaleza, permitindo vistas perfeitas dos vales. Depois, passeios pelas ruelas e pela Piazza del Poppolo, onde estão restaurantes e enotecas para degustar o famoso vinho. A 20 minutos da cidade fica o Castello Banfi, grandiosa edificação com visitas sob reserva, hotel e restaurante. O destaque evidente de sua produção é o Brunello di Montalcino.
O GPS pode apontar agora para Montepulciano, outra cidade emblemática se destacando no alto de uma colina, também conhecida pelos seus vinhos Rosso di Montepulciano e Nobile de Montepulciano. O trajeto de Montalcino a Montepulciano é um dos mais bonitos da Toscana, passando pelo Val d’Orcia, área protegida e reconhecida como Patrimônio Mundial pela UNESCO, onde encontramos várias fileiras de ciprestes, além de cultivos de uva, girassol e trigo. A meio caminho fica Pienza, outra graciosa cidade com seu centro antigo, a catedral e o Palazzo Piccolomini. Como nas outras cidades, vale andar por suas vielas, tomar um café na praça, talvez comprar um pedaço do gostoso pecorino local e chegar até a borda das velhas construções para admirar a paisagem.
Após Montepulciano, com menos de uma hora se chega a Cortona, com suas muralhas antiquíssimas despontando acima. Depois das inevitáveis curvas, as ruelas íngremes exigem certo esforço físico, mas uma pausa em um dos restaurantes na Piazza Signorelli e proximidades compensa. A cidade, como as outras até aqui, desperta emoção com suas construções e o panorama do alto, e ganhou ainda mais notoriedade com o livro “Sob o Sol da Toscana”, de Frances Mayes, que virou filme de sucesso. A estrada segue até Arezzo, uma rica cidade com muitos monumentos, igrejas e museus, como a Basílica de São Francisco, no centro, e o Duomo, em mármore. A ideia aqui é flanar pela Piazza Grande ou pela Corso Italia, com lojas variadas.
Conteúdo retirado da revista LUXURY TRAVEL by PRIMETOUR, número 4
Texto por: Juliana A. Saad e Mauro Marcelo Alves, jornalistas convidados.